A JOINT VENTURE ENTRE A BRITÂNICA CHANCERYGATE E A BELGA MITISKA REIM ESCOLHEU PORTUGAL COMO PONTO ESTRATÉGICO DA SUA EXPANSÃO EUROPEIA. COM PROJETOS ADAPTADOS ÀS NECESSIDADES DAS PMES, SEBASTIÃO MADEIRA, DEVELOPMENT DIRECTOR E COUNTRY MANAGER, EXPLICA QUE A EMPRESA PRETENDE TRAZER AO MERCADO NACIONAL UMA NOVA GERAÇÃO DE PARQUES LOGÍSTICOS URBANOS, SUSTENTÁVEIS E FLEXÍVEIS.
O QUE MOTIVOU A ENTRADA DA CHANCERYGATE MITISKA EM PORTUGAL?
A Chancerygate Mitiska surge da união entre duas empresas: a Chancerygate, promotora logística e light industrial no Reino Unido, com mais de 30 anos e mais de 79 projetos desenvolvidos, e a Mitiska REIM, gestora de fundos belga já presente em Portugal, focado em retail parks, imobiliário de conveniência e logística. A ideia foi trazer para a Europa Continental a experiência da Chancerygate, num mercado maduro como o britânico, aliada ao conhecimento local da Mitiska. Portugal foi escolhido pelo forte potencial do mercado nacional.
QUE TIPO DE PROJETOS ESTÃO A DESENVOLVER?
Os nossos parques logísticos destacam-se pelo tamanho e pela adequação às necessidades das empresas portuguesas. Desenvolvemos projetos de 15.000 a 20.000 m2 de área construida, divididos em naves de 500 a 5.000 m2. A lógica é dar resposta às PMEs, que representam praticamente a totalidade do tecido empresarial em Portugal. Estas empresas não precisam de grandes armazéns, mas sim de espaços funcionais que combinem armazenagem e escritórios. O nosso modelo de business parks foi pensado precisamente para elas.
QUAL É A VISÃO DA EMPRESA PARA O MERCADO PORTUGUÊS?
Vemos Portugal como um mercado com grande potencial. Existe muita procura por espaços logísticos de qualidade, mas a oferta continua reduzida e, em muitos casos, desatualizada. As consultoras imobiliárias especialistas em logística estimam que cerca de 80% dos novos projetos já tenham inquilinos definidos antes do final da construção, mostrando a dinâmica do setor. Numa fase inicial, vamos estar focados nas grandes cidades, próximas de aeroportos e dentro de perímetros urbanos, para atender à logística de proximidade. Mais tarde, poderemos avaliar cidades outras localizações, que também necessitam destas soluções.
A SUSTENTABILIDADE É UM FATOR CENTRAL NOS VOSSOS PROJETOS?
Sim. A certificação e as práticas de sustentabilidade fazem parte da nossa estratégia. Não vemos a certificação apenas como um “carimbo”, mas como consequência natural das medidas implementadas desde a conceção dos projetos. Este enfoque impacta não só os inquilinos e o seu dia a dia, mas também os investidores. Além disso, procuramos apoiar instituições locais, retribuindo à comunidade parte do valor criado.
QUE IMPACTO ESPERAM GERAR A CURTO E MÉDIO PRAZO?
O objetivo é desenvolver dois a três projetos por ano em Portugal. Temos um primeiro empreendimento em Sintra, em fase final de licenciamento, e contamos iniciar obra e arrendamento em breve. A médio prazo, queremos que os parques sejam a base silenciosa que permite às empresas crescerem com confiança, sem preocupações com a qualidade do espaço, podendo focar-se totalmente no seu próprio negócio.
E QUANTO À EQUIPA EM PORTUGAL?
Crescemos de forma orgânica. Atualmente, temos uma estrutura pequena, mas planeamos expandi-la à medida que os projetos avançam. O imobiliário exige forte presença local, e trabalhamos em estreita colaboração com arquitetos, engenheiros e gestores de projeto em Portugal, apoiados pela equipa de Londres e de Bruxelas.
QUAL É A VOSSA AMBIÇÃO PARA OS PRÓXIMOS ANOS?
Queremos ser líderes na logística urbana em Portugal. Combinando o conhecimento deste tipo de produto da Chancerygate e o know-how local e experiência internacional da Mitiska, pretendemos criar parques logísticos inovadores, flexíveis e sustentáveis, capazes de apoiar o crescimento das PMEs e do mercado nacional.

