A MUTUALIDADE DA MOITA CONTA COM 129 ANOS DE HISTÓRIA E OFERECE SERVIÇOS DE SAÚDE E ASSISTÊNCIA A ASSOCIADOS E NÃO ASSOCIADOS. A GESTÃO É ASSEGURADA PELOS SEUS ÓRGÃOS ASSOCIATIVOS, COMPOSTOS POR ASSOCIADOS VOLUNTÁRIOS E ELEITOS. COM UMA FARMÁCIA E UMA CLÍNICA, PROCURA UMA MAIOR PARTICIPAÇÃO DOS ASSOCIADOS, AO MESMO TEMPO QUE PROJETA A EXPANSÃO DOS SERVIÇOS PARA CORRESPONDER DA MELHOR FORMA ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO.
O QUE É A MUTUALIDADE DA MOITA?
Somos uma Associação Mutualista, localizada no concelho da Moita, fundada em 1 de maio de 1895 visando o auxílio mútuo da população do concelho. Foi durante muitos anos o único amparo para muitos, dado que, à época, não se falava, ainda, de Segurança Social. Atualmente, contamos com cerca de 2.400 associados.
A área principal de atuação é a saúde, e para atingir os fins a que se propõe a Associação possui uma farmácia, Farmácia União Moitense, fundada em 1913, e uma clínica médica, esta última desde 1989. Mediante o pagamento de uma quota mensal, os associados têm direito a descontos nos medicamentos adquiridos na nossa farmácia, e a preços diferenciados nos serviços prestados na clínica. Também existe a modalidade de capital por morte, vulgarmente conhecida como subsídio de funeral, mas que tem vindo a perder adesão por parte dos novos associados.
DE QUE FORMA A PANDEMIA AFETOU O FUNCIONAMENTO DA ASSOCIAÇÃO?
A associação nunca parou a sua atividade, estando sempre disponível através da farmácia e da clínica, obedecendo às diretivas da DGS.
Após a pandemia, observamos um aumento significativo tanto no número de novos associados como de particulares que procuram os nossos serviços, como forma de colmatar as falhas do Serviço Nacional de Saúde.
QUANTAS PESSOAS FAZEM PARTE DA EQUIPA DA ASSOCIAÇÃO?
Atualmente, somos 20 colaboradores, repartidos pela farmácia, clínica e serviços administrativos. Estes últimos, para além do apoio prestado aos nossos associados, é onde se incluem os serviços de contabilidade e de recursos humanos.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS QUE A ASSOCIAÇÃO ENFRENTA?
Não é fácil ser uma Associação Mutualista. Temos muitos desafios, principalmente por sermos uma entidade sem fins lucrativos, que obedece ao Código das Associações Mutualistas, bem como a toda a legislação relativa à área em que trabalhamos, a saúde. Como qualquer atividade económica necessitamos de obter lucro, o qual é reinvestido na melhoria dos benefícios dados aos nossos associados, bem como nas condições de trabalho proporcionadas aos nossos colaboradores. O aumento do valor das quotas, que não acontece desde 2013, é um dos desafios para a associação, porque necessitamos de garantir o equilíbrio financeiro e a sustentabilidade das modalidades associativas. Outro, é a falta de participação ativa dos associados. Muitos veem a Associação apenas como um meio para obter benefícios, mas não participam na vida associativa, nomeadamente, nas Assembleias Gerais, onde são tomadas importantes decisões.
Não beneficiamos de nenhum apoio público. A nível local apenas a Junta de Freguesia da Moita nos tem incluído em algumas atividades, na realização de eventos e iniciativas dinamizadoras, e isso tem sido importante para chamar a atenção dos associados e envolver a comunidade.
A ASSOCIAÇÃO TEM CONSEGUIDO ATRAIR NOVOS ASSOCIADOS, ESPECIALMENTE JOVENS?
Tal como a falta de envolvimento dos associados na vida associativa, também o rejuvenescimento da Associação é uma preocupação nossa, pois precisamos de garantir a continuidade do nosso trabalho para as gerações futuras.
Uma das estratégias já implementadas para atrair os jovens é a atribuição de um subsídio escolar até aos 24 anos. Planeamos também a realização de eventos para dar maior visibilidade à Associação, dinamizando a nossa presença e envolvendo os mais jovens. Por exemplo, sendo nós membros da APM – Associação Portuguesa das Mutualidades, estamos a implementar junto das escolas um protocolo de promoção da saúde, contemplando crianças desfavorecidas.
EXISTEM NOVOS PROJETOS EM DESENVOLVIMENTO?
Num futuro próximo pretendemos ampliar os nossos serviços clínicos, como resposta à grande procura que temos tido, sendo essa, também, uma forma de rentabilização dos nossos espaços. Num longo prazo, o nosso sonho seria englobarmos e centralizarmos, num único espaço, os serviços administrativos e clínicos, promovendo uma maior visibilidade da Associação e uma melhoria no atendimento a todos os utentes.
COMO VÊ O FUTURO DA ASSOCIAÇÃO?
O futuro da Associação depende muito do envolvimento dos nossos associados e do apoio que conseguimos reunir da comunidade e das instituições locais. Continuamos a lutar para manter os benefícios e melhorar os serviços que oferecemos, mas precisamos de mais participação e de condições que nos permitam crescer e enfrentar os desafios que surgem.