O conhecimento e a vontade de desenvolver técnicas mais inovadoras, em cada vez mais áreas terapêuticas, tem sido acompanhado e inspirado pela sua missão, que se resume em “aliviar a dor, restabelecer a saúde e prolongar a vida”. São estes valores que fazem da Medtronic uma empresa líder, não só em Portugal como no Mundo inteiro, e um dos maiores fornecedores hospitalares, como conta em entrevista o diretor-geral, Luís Pereira.
A Medtronic é uma empresa líder mundial em soluções, serviços e tecnologia médica, com 70 anos de história. Quais os princípios que norteiam o seu percurso?
Na Medtronic trabalhamos diariamente, de forma ética e responsável, para garantir que todos os doentes têm igual acesso à inovação terapêutica. Queremos ser pioneiros na concretização de projetos de valor acrescentado assentes nos resultados dos nossos produtos.
Como estão organizadas as soluções terapêuticas que a Medtronic disponibiliza?
A Medtronic está atualmente organizada em quatro grandes grupos, para as quais disponibiliza vários produtos e soluções terapêuticas. Relacionado com as suas origens, a Medtronic criou o CardioVascular Group (CVG), que reúne áreas terapêuticas como o pacing, electrofisologia, hemodinâmica, cirurgias cardíacas e vasculares, entre outras. Temos também o Restorative Therapeutic Group (RTG), do qual fazem parte, por exemplo, a neurocirurgia, a cirurgia à coluna, o tratamento de dor, a incontinência gastro urológica, a ORL, a navegação, o tratamento de AVC. O Minimum Invasive TherapiesGroup (MITG) engloba todas as técnicas avançadas e convencionais de cirurgia e material essencial ao bloco operatório. Finalmente a área da Diabetes, para já bastante focada na diabetes tipo I (disponibilização de bombas de insulina e sistemas de monitorização da glicose no sangue) mas que atualmente apresenta soluções inovadoras também para a diabetes tipo II.
Paralelamente lançámos a Integrated Health Solutions (IHS), uma área de serviços que visa ajudar a tornar efetiva a qualidade dos procedimentos e a eficiência hospitalar. Esta área está também focada em ajudar os hospitais a medir os outcomes clínicos, que farão parte dos futuros modelos de negócio a desenvolver.
Saliento algumas das nossas soluções mais disruptivas entre todas as tecnologias médicas. A CoreValve, uma válvula cardíaca que se implanta no coração através de um cateter, sem necessidade de cirurgia cardíaca, evitando desta forma os efeitos secundários e agressivos que uma intervenção desta natureza acarreta para os doentes. O Activa, um gerador de estimulação cerebral profunda que reduz os sintomas de distonia, torna os doentes mais independentes e possibilita-lhes movimentar-se de forma autónoma, equilibrada e segura. O Micra, o pacemaker mais pequeno do mundo e único por não ter elétrodos. O LinQ, o único registador de eventos cardíacos, é o mais pequeno no mercado e é implantado subcutaneamente, não requerendo intervenção cirúrgica. O LigaSure é o nosso sistema de energia bipolar modificada para selar vasos que garante altíssima qualidade e segurança durante a cirurgia. O-Arm é um sistema de navegação de raio-X a três dimensões. As bombas de insulina MiniMed, em conjunto com sistemas de monitorização contínua da glicose, constituem uma real substituição do pâncreas. Finalmente o Sistema BIS controla a profundidade anestésica dos doentes durante a cirurgia, e é por isso uma inovação indispensável para a qualidade cirúrgica. Estas soluções são apenas as algumas, muitas outras poderiam ser aqui apontadas.
Podemos dizer que a inovação está no ADN da organização?
Enquanto empresa tecnológica líder de mercado, a busca por soluções disruptivas é parte integrante do nosso ADN. A liderança é conquistada pela qualidade das soluções tecnológicas e pelo serviço disponibilizado por colaboradores de excelência. Somos um dos principais fornecedores hospitalares tanto em volume como na capacidade de gerar inovação.
Para os próximos anos, quais as estratégias delineadas?
O pipeline da Medtronic, nas nossas áreas de negócio, é bastante promissor. O principal problema no futuro não se prenderá apenas com a inovação, mas sim com a necessidade urgente de uma mudança de paradigma na gestão dos contratos e na avaliação das terapêuticas, por forma a garantir a sustentabilidade do SNS mas também das empresas do setor da saúde. No nosso caso em particular, dado o curto ciclo de vida que as tecnologias médicas apresentam, todo o processo de entrada de mercado tem que ser célere, caso contrário o país corre o risco de não acompanhar o desenvolvimento tecnológico da saúde. Mas as empresas e os prestadores de saúde têm também de ser capazes de ir demonstrando o valor das tecnologias que disponibilizam, através da avaliação dos resultados clínicos a que se propõem. Esta avaliação contínua das tecnologias de saúde é um grande desafio para todos os intervenientes, porque é necessário salvaguardar o direito de acesso dos doentes aos tratamentos e à inovação. Há 13 anos que somos distinguidos pelo GPTW como uma das melhores empresas para trabalhar. Todos nós, colaboradores da Medtronic, sentimo-nos orgulhosos de poder fazer parte desta companhia e, juntos, iremos certamente mais longe.