Fundada em 2014, a Bluecover dedica-se ao desenvolvimento de serviços de geolocalização para diferentes setores de atividade. Nuno Duro dos Santos, sócio-fundador, esteve à conversa connosco para desvendar a história da empresa e os produtos que fazem a diferença na Bluecover.
Como surge a ideia de criar a Bluecover?
A Bluecover é uma empresa especializada em geolocalização. Criei a empresa com um sentido mais abrangente da geolocalização, onde por exemplo um dos nossos primeiros produtos envolvia a deteção e localização de tacadas no golfe.
Sou formado em Engenharia Informática e tenho um percurso muito associado ao desenvolvimento de software e também de hardware. Quando criei a Bluecover foi numa perspetiva de desenvolvimento de produto de geolocalização (com base na utilização de dados e imagens de satélite), mas também prestar serviços de desenvolvimento. Hoje em dia, temos um conjunto de produtos globais. Não nos focamos diretamente no mercado português, apesar de termos alguns clientes em Portugal. Prestamos serviços de desenvolvimento de software, que está hoje muito associado a aplicações para telemóvel. Também fazemos desenvolvimento de hardware com a produção de pequenos circuitos de eletrónica aplicados em dispositivos de IoT (Internet das Coisas).
Qual o produto que faz a diferença na vossa empresa?
O nosso produto mais popular é um produto para levantamentos topográficos (GPS Waypoints). Temos cerca de 260 mil utilizadores a nível global. Este nosso produto tem duas vertentes: uma de alta precisão onde a aplicação mobile pode ligar-se a um recetor para fazer levantamentos topográficos ou podemos utilizar a localização que já vem embutida no telemóvel para fazer levantamentos de inspeções. Tipicamente, os nossos utilizadores são das áreas de agricultura, construção, infraestruturas e floresta.
Como somos especialistas em GPS, uma das coisas que fazemos no aeroporto de Lisboa é a monitorização dos sinais de GPS, utilizados pelos aviões, de forma a avaliar a qualidade do sinal na zona e detetar potenciais interferências.
Quais são as áreas de atividade onde mais aplicam os vossos produtos?
Trabalhamos com setores de mobilidade, aviação, entre outros. Porém, estamos mais focados na solução tecnológica do que nos setores.
Por exemplo, nossa principal aplicação de levantamentos topográficos é genérica. Muitos dos utilizadores aplicam-na consoante o seu próprio processo. A aplicação converte os dados para os formatos SIG’s standard e para os sistemas de coordenadas nacionais ou locais. Além disso, a aplicação é interoperável com alguns recetores profissionais de elevada precisão, obtendo o posicionamento preciso desses recetores. Conseguimos, ainda aumentar a flexibilidade dos utilizadores, dando a possibilidade de utilização dos nossos próprios recetores de alta precisão.
Por outro lado, quando fazemos um desenvolvimento à medida usamos o processo do cliente e a terminologia usada no seu setor de atuação.
Como vê a evolução da Bluecover?
Nestes dois últimos anos, com a pandemia, tivemos uma pequena contração, mas que permitiu dedicamo-nos ao desenvolvimento de produto e fortalecer competências em aplicações móveis e IoT. É nesses desenvolvimentos, em particular nos novos produtos de alta precisão (recetores GISUY) que iremos apostar nos próximos dois anos.
Estamos a estudar a possibilidade de termos vários distribuidores para conseguirmos fazer uma produção em escala, reduzindo o tamanho do produto, e desta forma estender a comercialização global que está atualmente em curso.
A nossa motivação é tornar os utilizadores de smartphones em criadores de mapas de alta precisão.