O Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa (ISCAL) conta com uma história de 262 anos marcada pela excelência, responsabilidade social e qualidade de ensino. Em entrevista à revista Qualidade & Inovação, Orlando Gomes, Presidente do ISCAL, partilha o legado deixado desde a Aula de Comércio, os cursos que o Instituto oferece, bem como a perspetiva de novas áreas de ensino para o futuro.
Conte-nos brevemente a história do ISCAL.
Há 262 anos nasceu a Aula de Comércio, a génese do ISCAL que foi criada por Marquês de Pombal em 1759. Somos herdeiros de uma tradição que já vem da época dos Descobrimentos, altura em que era preciso haver um conjunto de pessoas formadas nas áreas de comércio e contabilidade. Mais tarde, a Aula de Comércio deu origem ao Instituto Comercial de Lisboa desde o início do século XX até aos anos 70 e foi aí que a escola se converteu no atual Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa (ISCAL) ainda antes do nascimento dos institutos politécnicos. Quando os institutos politécnicos foram criados em Portugal, o ISCAL integrou o Instituto Politécnico de Lisboa, no final dos anos 80.
Temos uma tradição que vai muito além daquilo que é a nossa Instituição. Para além do ISCAL, o Instituto Politécnico de Lisboa agrega mais sete escolas.
Atualmente estamos localizados no prédio da Avenida Miguel Bombarda e temos cerca de 3500 alunos, mais de 200 professores e mais de 30 funcionários.
Quais são os cursos que fazem parte da oferta formativa?
Temos cinco licenciaturas que funcionam em regime diurno e pós-laboral: Contabilidade e Administração; Finanças Empresariais e Gestão; Solicitadoria; Comércio e Negócios Internacionais, a nossa licenciatura mais recente. Além disso, temos sete mestrados criados no pós-Bolonha: Contabilidade; Fiscalidade; Auditoria; Contabilidade e Gestão das Instituições Financeiras; Controlo de Gestão e Avaliação de Desempenho; Gestão e Empreendedorismo e Análise Financeira.
Como correu a adaptação às aulas online?
Em março de 2020 tivemos de ir todos para casa, mas fiquei muito satisfeito pela rápida adaptação dos professores e dos alunos. Ninguém conhecia as potencialidades do ensino online que agora passamos a ter. Houve uma mudança tremenda que se fez sentir no final do ano letivo 2019/2020. No ano passado tivemos a possibilidade de adquirir, para todas as salas, material de áudio e vídeo que permitiu ter aulas remotas.
Neste momento, a adesão às aulas presenciais é grande, mas damos a possibilidade de aulas online aos estudantes que por razões excecionais não possam comparecer presencialmente.
Qual foi a principal mudança na área da contabilidade? E como descreve a evolução do ISCAL?
A realidade mudou bastante, pois a noção que temos da contabilidade é uma perspetiva mais tradicional relacionada com o registo da atividade financeira das empresas. Porém, tudo o que seja necessário a este nível, hoje em dia está automatizado. A profissão mudou bastante.
No que diz respeito ao ISCAL, nos últimos anos, não temos tido dificuldades na angariação de alunos. Temos preenchido todas as vagas e as taxas de empregabilidade dos alunos, quando acabam o curso, são bastante elevadas. O nosso corpo docente também tem progredido muito em termos de qualificação, portanto podemos dar-nos por satisfeitos por este progresso nos últimos anos.
Que tipo de parcerias desenvolvem com Instituições e Empresas?
Privilegiamos o contacto com as Ordens e cada área tem uma Ordem associada, como por exemplo: Ordem dos Contabilistas Certificados; Ordem dos Solicitadores, entre outras.
Temos imensos protocolos com múltiplas Instituições. Temos uma ligação na área de contabilidade muito privilegiada com as principais empresas de consultoria e auditoria que existem, nomeadamente multinacionais.
Existe uma diversificação da nossa atividade desde 2007, que nos levou para outros campos. Por exemplo, no nosso curso mais recente, Comércio e Negócios Internacionais, temos parcerias com associações profissionais da área.
Estas parcerias traduzem-se numa taxa de empregabilidade muito grande. Há quem opte por negócios próprios e negócios familiares, mas há empresas que recrutam um volume de alunos muito grande do ISCAL.
O futuro reserva novas áreas de ensino para o vosso Instituto?
A formação, a nível de mestrado, faz-nos falta e é possível que venhamos a propor isso, até para dar sequência às nossas licenciaturas mais recentes.
A curto prazo estão planeadas pós-graduações num conjunto de áreas. Propusemos que começassem no próximo ano integradas naquilo que vai ser a proposta do Instituto Politécnico no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência. Um dos programas que está em causa é o financiamento de nova formação e formação pós-graduada. Queremos aproveitar isso para criar algo ao nível pós-graduado nas áreas de Contabilidade e Gestão.
Por fim e apesar de estarmos bem localizados no centro da cidade, o ISCAL irá mudar de instalações para um novo edifício localizado no campus de Benfica do Politécnico, onde já se encontram outras escolas do Instituto.