A DecoFloorSystems nasceu em 2020, na Batalha, tendo por base uma vasta experiência internacional do fundador. Vicente Baptista foi nosso entrevistado e destacou o seu percurso profissional, o que o distingue no mercado, bem como os objetivos que pretende alavancar para o futuro da empresa.
Conte-nos como iniciou a atividade no mundo dos pavimentos. onte-nos como iniciou a atividade no mundo dos pavimentos.
O meu pai esteve no ramo dos pavimentos de resinas durante muitos anos. Foi encarregado geral de grandes empresas e arrecadou muito conhecimento nos países francófonos, nomeadamente África, onde geriu muitas equipas e obras importantes. Trabalhou em França durante 27 anos, incluindo num grupo que eu mais tarde viria a trabalhar. Foi assim que cresci dentro do mundo das resinas e dos pavimentos industriais, principalmente na área automóvel na parte dos moldes e injeção de plásticos, onde havia um certo rigor na limpeza dos pavimentos.
Nos anos 90, o meu pai quis regressar a Portugal, pois acreditava que tinha melhores condições para os estudos e para o futuro dos filhos. Quando regressamos, ele trabalhou para uma das melhores empresas de pavimentos e um dos maiores clientes da marca SIKA, que ficou com os pavimentos da Expo 98. O meu pai coordenou a obra da Expo 98, no que diz respeito aos pavimentos, e participou na coordenação de alguns centros comerciais em Lisboa. Foi aí que começou a criação de pavimentos decorativos. Em Portugal, o meu pai foi um dos pioneiros nos pavimentos decorativos. Temos como exemplo, o Centro Comercial do Colombo, o Centro Comercial Vasco da Gama e o Cascais Shopping. Posteriormente, começaram a fazer laboratórios, hospitais, blocos operatórios e tudo o que englobava a higiene.
O meu pai acabou por se estabelecer por conta própria e ajudava empresas a coordenar grandes projetos como o Aeroporto de Lisboa, a Universidade Agrícola de Coimbra e o Hospital Pediátrico de Coimbra.
Nessa altura, eu frequentava o ensino secundário e queria dinheiro para as minhas coisas. O meu pai propôs-me trabalhar com ele aos sábados e comecei a fazer pequenas obras para amigos e vizinhos. Foi aí que comecei a ganhar o gosto pela área.
O meu pai adoeceu e eu entretanto decidi desistir dos estudos e fui trabalhar para o ramo da construção civil. Em 1999 foi quando iniciei a minha atividade e fui trabalhar para uma empresa que instalava cabo. Aos 18 anos fiz a tropa obrigatória e logo de seguida voltei para o cabo mas sentia que aquilo não era para mim. Queria seguir o mundo dos pavimentos. Entretanto, fui para uma empresa local de betão onde aprendi muito. Essa empresa reduziu a equipa e fui despedido. Apesar do meu pai não querer que seguisse a área dos pavimentos, pedi-lhe que me ensinasse mais sobre o setor e comecei com a parte das impermeabilizações que não tinham por base produtos químicos. Chegou o dia em que um cliente queria um pavimento contínuo e o meu pai aceitou a obra e ensinou-me a produzir pavimento. Foi a minha primeira obra do início ao fim e acabei por estabelecer-me por conta própria, em 2004, com a minha empresa que se chamava VDSB. Fiz algumas obras de raiz com uma dimensão mais pequena, nomeadamente o matadouro do Alentejo, a antiga oficina da CP em Lisboa e algumas salas no Hospital Pediátrico de Coimbra. Percorri este caminho até 2009, ano em que se instalou a crise e eu decidi fechar. Nesse mesmo ano fui fazer prestação de serviços nos Bombeiros Voluntários da Batalha.
O meu pai faleceu em 2009 e vieram pessoas de várias partes do mundo por ser uma pessoa respeitada e acarinhada pelo seu percurso. Um dos patrões dele ligou-me porque precisava de alguém para coordenar a equipa e obras, principalmente no estrangeiro. Como não tinha nada a perder aceitei a proposta. Quando cheguei fui conhecer as instalações, as ferramentas e a minha equipa de trabalho. Tínhamos de concluir o trabalho em três semanas e eu desafiei a equipa a acabar em duas semanas para que conseguíssemos receber um prémio. Conseguimos cumprir o objetivo das duas semanas e o mesmo foi-se sucedendo com outros projetos ao longo de quatro anos. Depois disto, candidatei-me a uma oferta de emprego na SIKA France e acabei por iniciar as minhas funções em que a principal missão seria mostrar as boas práticas dos pavimentos da SIKA. A certa altura despedi-me da SIKA e decidi regressar a Portugal. A 16 de julho de 2020 iniciei atividade e nasceu a DecoFloorSystem.
Com uma experiência profissional tão abrangente e que vai além-fronteiras, quais são os fatores que distinguem a DecoFloorSystem dos outros parceiros?
A experiência profissional no estrangeiro permitiu-me ter a sorte de trabalhar com sistemas mais avançados e que hoje em dia se utilizam em Portugal. Isso é um dos fatores que me diferencia. Outros fatores passam pelo conhecimento da composição dos sistemas, os consumos, saber explicar a melhor solução ao cliente e a aposta no conforto.
Somos a única empresa em Portugal que tem fichas de autocontrolo e consiste num relatório imediato do consumo de material que estamos a fazer.
Devido às ferramentas modernas que utilizamos, estamos no top cinco das empresas que trabalham mais rápido e com qualidade. Isto só é possível com a nossa equipa de sete colaboradores que tem formação inicial e contínua sobre cada produto novo que chega até nós.
Por último, uma das coisas que aprendi em França, além das boas práticas, é o respeito pelo colaborador. Se o respeitarmos, ele irá esforçar-se pela empresa e isso irá refletir-se nos aspetos diferenciadores.
Quais são as áreas onde aplicam os pavimentos em resina?
Trabalhamos com o ramo industrial e residencial. Atualmente, o nosso foco são as áreas da saúde e da hotelaria. Vamos participar numa feira onde vamos promover as nossas soluções, sempre com uma capacidade de resposta de norte a sul do país.
Qual é o principal objetivo para o futuro?
Gostava de ser o número um e mudar o mundo dos pavimentos, fazendo com que os arquitetos dessem mais importância ao conforto do pavimento, como por exemplo, em hotéis.
O meu foco é a saúde e hotelaria para proporcionar o maior conforto possível. Apesar disso, a indústria existirá sempre, mas queremos trazer novas soluções fáceis de aplicar e amigas do ambiente.
É desta forma que queremos ser uma referência nacional nos pavimentos dentro das áreas que referi anteriormente.
