“Queremos ser o nº1 em eletrodomésticos nos próximos 5 anos”

Com uma presença cada vez mais sólida no mercado nacional e internacional, o grupo Haier destaca-se pelo 14º ano consecutivo como líder mundial em eletrodomésticos. João Paulo Ferreira,
country manager, fala-nos do crescimento sucessivo e do futuro promissor, sempre pautado pela inovação, qualidade e sustentabilidade.

 

Pelo 14º ano consecutivo, o grupo Haier é líder mundial em eletrodomésticos. O que representa, em termos de responsabilidade, esta grande conquista?
É sempre gratificante quando, pelo fruto do nosso trabalho, nos destacamos e somos distinguidos com prémios, e esta distinção, pela sua continuidade, obviamente traz muita responsabilidade, mas também, ao mesmo tempo, muita vontade de continuar na mesma senda a fazer mais e melhor. No fundo a dimensão do grupo, que continua a expandir-se, quer em número de fábricas quer em número de subsidiárias e claro em número de pessoas faz com que, internamente, nos apercebemos que se trata de um esforço mundial para nos mantermos no topo.

Ser o nº1 acarreta que tenhamos sempre mais cuidado e atenção no nosso trabalho e que o nosso foco continue no consumidor final, que é para ele que trabalhamos todos os dias.

Hoje em dia, os eletrodomésticos são muito mais do que meros equipamentos elétricos. Há uma preocupação com as funcionalidades, com o design, com a sofisticação do produto. Como é que a Haier trabalha estes elementos para despertar interesse no consumidor?
A nossa estratégia “zero distance” faz com que nos foquemos cada vez mais em reinventar aparelhos considerados menos “atrativos” e produzir produtos mais intuitivos em que se pode ter características à medida de cada utilizador – “tailor made” – que podem ser controlados, por exemplo, por uma aplicação num smartphone. Cada vez mais as pessoas usam o seu smartphone para tudo controlar tudo, dentro e fora de casa, por isso, porque não ter o poder de controlar os seus eletrodomésticos no mesmo? O design é sempre alvo de muito cuidado bem como a qualidade dos materiais usados de forma a torná-los mais atraentes aos olhos dos consumidores.

Hoje podemos ter uma cozinha completa controlada pelo Hub alojado num frigorífico e ou no smartphone. A aposta, neste momento, é muito mais em criar ecossistemas de produtos que comunicam entre si usando a inteligência artificial e a interconectividade, para facilitar a vida aos consumidores.

 

Quais são os pilares que sustentam a responsabilidade corporativa da Haier?
O “zero distance”, que não se trata de um mero slogan, mas de uma ferramenta para nos aproximarmos cada vez mais de cada consumidor e tentar oferecer uma experiência personalizada de utilização para tentarmos alcançar o que cada consumidor quer e necessita.

A qualidade dos produtos é algo não negociável, por isso, sempre tivemos a maior atenção aos produtos que lançamos para não defraudar as expectativas dos nossos consumidores.

A sustentabilidade é também uma preocupação do grupo Haier, que começa na escolha dos materiais usados na produção, embalagem, entre outros aspetos relacionados com a produção, mas também na investigação e desenvolvimento de produtos energeticamente mais eficientes e, por isso, mais amigos do ambiente. Há uma cultura interna importante, no que às subsidiárias diz respeito, em ter bem presente princípios de reciclagem.

Enquanto country manager, como analisa o comportamento dos consumidores portugueses? Com a atualidade económica considera que há uma retração?
Os consumidores portugueses têm comportamentos idênticos aos demais europeus, pese embora o orçamento familiar ser sempre um pouco mais apertado no nosso caso. São consumidores que gostam de se atualizar sobre o que aparece de novo no mercado, mas também são, ao mesmo tempo, muito cautelosos no que toca a tecnologias que não dominam, “primeiro estranha-se e depois entranha-se”, como dizia Fernando Pessoa, ou seja, depois de as dominarem os portugueses aderem bem às novas tecnologias. Eu diria que somos um país interessante para algumas experiências no que toca ao lançamento e desenvolvimento de produtos. Muitas vezes investem bastante dinheiro em produtos que em pouco mais de um ano estão a ficar obsoletos e fazem seguros para os proteger e depois em produtos que necessitam que durem “uma vida” estão menos disponíveis para gastar, pelo menos, metade daquilo que investem nos outros tipos de produtos que referi anteriormente.

Neste momento a maior preocupação com a situação económico-financeira atual é muito grande, porque a subida de juros afeta-nos a todos e, infelizmente, muito mais em Portugal do que no resto da Europa, por sermos um dos países com mais créditos de habitação per capita, especialmente, com taxas variáveis.

Esta questão está a tirar ainda mais poder de compra a todos e quando falta para as coisas essenciais, há compras que vão sendo adiadas.

Uma das dificuldades que o setor tem, e urge implementar melhores soluções de forma a ajudar os consumidores a comprar produtos mais eficientes, com, por exemplo, um qualquer apoio governamental é no acesso a algumas categorias de produtos. Os produtos mais eficientes custam sempre um pouco mais que os outros, mas o benefício que trazem é maior do que se optarem por investir em algo mais barato, é que muitas vezes “o barato sai caro”. Temos um grande parque de produtos com dez anos ou mais no mercado que consomem muito mais de 50%, em termos energéticos e água, do que os atuais, é uma forma de diminuir um gasto importante nas casas das famílias portuguesas.

Acredito que estão reunidas todas as condições para que haja uma retração por parte dos consumidores, porque a situação económico-financeira das famílias portuguesas está hoje mais debilitada e parece não haver grande esperança, mesmo com as medidas anunciadas recentemente.

Quais são as expectativas de crescimento e expansão do Grupo Haier em Portugal?
O objetivo do grupo, em Portugal, é claro, queremos ser o nº1 em eletrodomésticos nos próximos cinco anos. No geral, nas categorias que trabalhamos, já temos posições muito importantes e estamos a crescer há vários anos consecutivos o que nos permite olhar para o futuro de forma risonha, mesmo com os habituais contraciclos da economia.

Acredito que não seremos imunes aos efeitos negativos da economia europeia e nacional, mas como o grupo tem um largo espetro de artigos quer em categorias de produto quer em seg