Para os nossos leitores que não conhecem, como apresenta a CHEP?
A CHEP, pertencente ao Grupo Brambles, é uma empresa que atua no setor logístico através da oferta de produtos e serviços que conciliam a sustentabilidade e eficiência de todas as operações. As suas paletes, caixas e contentores constituem a espinha dorsal invisível da cadeia de abastecimento global e visam responder a duas premissas essenciais: minimizar o impacto no planeta e melhorar os níveis de eficácia e de segurança nas cadeias de abastecimento.
Como pioneira na criação e implementação de um sistema de pooling de paletes, a CHEP procura também encontrar novas formas de partilha e de colaboração, eliminando resíduos e quilómetros vazios, reduzindo os custos e a complexidade, e acelerando cada parte da componente logística. A escala, rede e abordagem 360 com que trabalha permite a criação de diversas eficiências e oportunidades que se materializam em – e através de – cada cadeia de abastecimento.
As plataformas da CHEP servem principalmente as indústrias de bens de consumo rápido, produtos frescos, bebidas, retalho e indústria em geral. O seu modelo de negócio circular facilita a “partilha e reutilização” do maior pool mundial de paletes e contentores reutilizáveis.
Quais são os serviços que oferecem ao mercado? Quais as grandes vantagens das vossas soluções?
O nosso produto mix está dividido em três famílias: Soluções para matérias-primas, que consiste em paletes de plástico de várias dimensões; Soluções standard para produção, armazenamento e transporte de mercadorias e para exportação, tais como a conhecida euro-palete, palete UK e palete americana; e Soluções para loja, com o objetivo de facilitar as promoções, exposição de produto e marca, e reposição de produto no espaço da loja, como o quarto de palete com e sem rodas, onde é possível colocar expositores, e a meia palete de madeira e metal. Nos nossos produtos a madeira utilizada é 100% certificada pelo FSC ® ou PEFC™ e estão em conformidade com a norma ISO 14044.
O modelo de negócio da CHEP baseia-se nos princípios da economia circular, uma vez que as paletes e contentores são partilhados e reutilizados por produtores e distribuidores ao longo da cadeia de abastecimento, o que faz com que seja um dos modelos logísticos mais sustentáveis e eficientes.
A utilização partilhada das plataformas significa um ciclo de vida alargado em comparação com as alternativas de utilização única e, consequentemente, uma redução dos resíduos, da madeira e das emissões de Co2.
Sempre que um dos clientes da CHEP partilha e reutiliza uma palete, não só está a reduzir a própria pegada ambiental, como também está a utilizar o know-how de uma das maiores e mais experientes empresas da cadeia de abastecimento a nível mundial.
A par dos produtos, a CHEP detém uma posição única como parceiro neutro, o que permite oferecer outros serviços que vão para além das paletes. De destacar a solução de Transporte Colaborativo ou o programa “Carbon Neutral”, que permite que os clientes compensem as emissões de CO2, tornando as operações neutras em carbono. A CHEP disponibiliza igualmente soluções inovadoras que permitem a digitalização dos ativos, através de dispositivos de “track and trace”, e com recurso a ferramentas de análise para loja, relacionadas com o posicionamento de produtos e marcas.
Foram consideradas uma das empresas mais sustentáveis do mundo. Que projetos pretendem desenvolver para continuarem na linha da frente no que diz respeito à sustentabilidade e à inovação?
Para a CHEP, a sustentabilidade e a eficiência não são apenas compatíveis, mas um conjunto necessário. É apenas através da colaboração que estas duas realidades podem andar de mãos dadas. Neste sentido, procuramos ter sempre novas metas, ideias e projetos que nos permitam concretizar o nosso compromisso para com a Sustentabilidade, nomeadamente através do investimento na digitalização das nossas operações.
A título de exemplo, utilizamos Big Data para identificar sinergias de transporte com os clientes e entre eles, de modo a otimizar o espaço de carga e a reduzir as emissões de carbono ou incentivar à colaboração entre os intervenientes das cadeias de abastecimento.
A par das sinergias, a CHEP lançou, há um ano, o «projeto Predict» para iniciar uma abordagem baseada em dados para a recuperação de ativos. A partir da tecnologia de Machine Learning (aprendizagem automática) combinada com os dados recebidos dos fabricantes, transportadores e clientes de retalho, é possível desenvolver uma série de algoritmos que criam tarefas semanais para os agentes dos centros de atendimento.
A CHEP disponibiliza ainda um sistema de Track & Trace, para rastrear os dispositivos e evitar a sua perda ao longo das cadeias de abastecimento. Estes dispositivos permitem o acesso a informações como a localização e a condição das paletes e contentores à medida que se movem pela cadeia de abastecimento. Os clientes podem ter ainda acesso a outros dados como por exemplo as condições de temperatura e de qualidade do produto.
A combinação de tecnologia de ponta nos Centros de Serviço da CHEP e nas nossas operações e formas de trabalhar, aliada a uma vasta experiência e conhecimento da marca, permite-nos oferecer serviços abrangentes para a cadeia de abastecimento, sempre com foco na qualidade das paletes colocadas no mercado e na circularidade dos nossos ativos.
Neste momento estamos focados essencialmente em projetos que potenciem o nosso negócio e a aliança, cada vez mais robusta, à eficiência das cadeias de abastecimento e à concretização de um dos nossos maiores objetivos: sermos pioneiros na criação de cadeias de abastecimento regenerativas, que tenham um impacto positivo real na sustentabilidade do Planeta.
Enquanto Country General Manager da CHEP Portugal, como analisa o papel das mulheres em cargos de liderança? Considera que existem mais dificuldades e desafios por ser mulher?
O papel das mulheres em cargos de liderança e outros, é valorizado e destacado como o de qualquer profissional, pelas suas competências, dedicação e enfoque nos resultados. É certo que no passado, mas infelizmente ainda em algumas sociedades e organizações, a mulher tem de enfrentar e ultrapassar barreiras adversas, só porque é mulher, o que levará ainda tempo e mudança de culturas para que desapareçam. A Brambles e a CHEP há muitos anos que tem bem marcadas as políticas de Diversidade/Inclusão/Equidade dentro de um dos seus pilares estratégicos – PEOPLE, e assim sendo dentro da nossa organização orgulho-me de ser mulher, de ocupar um cargo de liderança, a par com qualquer outro/a companheira que mostra ter as competências adequadas e necessárias a cada função. Temos muito orgulho em termos a Brambles como membro da Bloomberg 2023 Gender Equality Index, com 36% das funções de management ocupadas por mulheres e 45% de representação feminina no nosso board, mas ainda assim, continuamos o nosso trajeto para termos um ambiente de trabalho e cultura cada vez mais inclusivo e equitativo para que possamos atingir pelo menos 40% dos cargos de direção e gestão ocupados por mulheres até 2025 e duplicação do número de mulheres empregadas nos nossos Centros de Serviços..
A CHEP foi reconhecida como um Global Top Employer pelo Top Employers Institute, o que nos deixa não só extremamente orgulhosos como certos de que temos as políticas certas para todos os nossos colaboradores. Ainda este ano, e pela sexta vez, a CHEP Europa recebeu o reconhecimento de Top Employer. De maneira constante e consistente esforçamo-nos por criar um ambiente flexível, enfocado na sustentabilidade, diverso e transparente para assegurar que atraímos, desenvolvemos e retemos talento e damos aos nossos colaboradores a melhor das experiências.
A CHEP celebrou no mês de outubro o 30º aniversário. O que simboliza o alcance deste marco e quais são os objetivos que pretendem alcançar para o futuro da empresa?
Há 30 anos, a CHEP apostou no mercado português como um ponto estratégico de crescimento da nossa atividade. Queríamos marcar presença na Ibéria, como localização chave e central de um posicionamento europeu que fazia parte das metas de uma empresa australiana que visualizava a transformação do setor logístico mundial.
Hoje, trinta anos depois do primeiro contacto, contamos com mais 650 clientes em Portugal, 11000 pontos de entrega e com o apoio de 11 centros de serviços estrategicamente distribuídos que ajudam a levar mais mercadorias a mais pessoas e a mais lugares, sempre com a premissa-base de contribuir para a sustentabilidade dessas operações.
Traçamos metas e expandimos o nosso conhecimento – uma realidade que permanece que transportamos para o futuro, de forma bem mensurável.
Até 2025 queremos utilizar 100% de eletricidade renovável. Já para 2030, queremos atingir 42% de redução no âmbito 1&2 (frota e combustível/ eletricidade no local) e 17% no âmbito 3 (resíduos, Operadores Logísticos,, bens de equipamento; logística). Para 2040, a Brambles compromete-se a atingir emissões líquidas zero. Queremos trabalhar no sentido de atingir 1,5ºC de futuro climático – alinhado com o Acordo Climático de Paris.
A nossa ambição é ser líderes em cadeias de abastecimento regenerativas com base na partilha e reutilização, resiliência e regeneração. Os nossos objetivos de sustentabilidade são exigentes e têm como base três pilares: Planeta Positivo, Negócios Positivos e Comunidades positivas onde aplicamos grande parte dos ODS da ONU.