INSPIRADA PELA SUA PRÓPRIA JORNADA DE TRANSFORMAÇÃO PESSOAL, JÚLIA ROCHA FUNDOU A JRIH COM O PROPÓSITO DE DEVOLVER À SAÚDE O QUE ELA TEM DE MAIS ESSENCIAL: HUMANIDADE, ESCUTA E PREVENÇÃO. NESTA ENTREVISTA, A FUNDADORA PARTILHA A SUA VISÃO SOBRE UM NOVO MODELO DE CUIDADO — MAIS PRÓXIMO, CONSCIENTE E TRANSFORMADOR.
O QUE A MOTIVOU A FUNDAR A JÚLIA ROCHA INTEGRATIVE HEALTH?
A motivação surgiu da minha própria jornada de transformação pessoal e de um desejo genuíno de impactar positivamente a vida de outras pessoas. Ao longo da minha trajetória profissional, percebi que o sistema de saúde ainda segue uma lógica conservadora, sem tempo para humanizar a relação terapêutica — centrada quase exclusivamente no tratamento da doença, muitas vezes quando esta já se encontra em estágio avançado. Faltava tempo para escuta, prevenção, educação, autoconhecimento e vínculo com o indivíduo. A JRIH nasceu da vontade de realizar um sonho antigo: oferecer um cuidado diferente, mais próximo, abrangente e humano.
DE QUE FORMA A ABORDAGEM INTEGRATIVA DA SUA EMPRESA SE DIFERENCIA DOS MODELOS TRADICIONAIS DE SAÚDE E BEM-ESTAR?
A nossa abordagem é profundamente humanizada e sistémica, centrada na pessoa como um todo — e não apenas nos sintomas ou na doença. Ao contrário dos modelos tradicionais, que se focam quase exclusivamente em tratar patologias, priorizamos a prevenção, o autoconhecimento e a promoção ativa da saúde. Atuamos de forma complementar à medicina convencional e natural, integrando disciplinas com respaldo científico, como coaching de saúde, mindfulness, meditação, alimentação consciente, musicoterapia, entre outras. Queremos capacitar cada pessoa a compreender melhor o seu corpo, emoções e escolhas, promovendo um estilo de vida mais equilibrado e alinhado com os seus valores. Aqui, cada pessoa é vista como protagonista do seu próprio bem-estar.
A INOVAÇÃO É UM PILAR ESSENCIAL NO SEU TRABALHO. COMO PROCURA MANTER-SE ATUALIZADA E TRAZER NOVAS SOLUÇÕES PARA OS SEUS CLIENTES?
A curiosidade é a minha principal fonte de motivação. Estou sempre a par dos avanços da ciência e da prática clínica, participando em formações, congressos e estudos. Mas acredito que a verdadeira inovação nasce da escuta. É no contacto diário com os clientes, ao perceber as suas necessidades reais, que encontro inspiração para criar soluções simples, acessíveis e humanas — com impacto verdadeiro no seu bem-estar, respeitando a sua individualidade.
NO SETOR DA SAÚDE E BEM-ESTAR, QUAL CONSIDERA SER O PAPEL DA CRIATIVIDADE NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E NO DESENVOLVIMENTO DE NOVOS SERVIÇOS?
A criatividade é um dos pilares da saúde integrativa. Permite-nos olhar para cada pessoa de forma única, reconhecendo que não existem soluções standard. Em vez de abordagens rígidas, desenhamos programas flexíveis e ajustados às necessidades reais de cada pessoa ou comunidade. É também através dela que tornamos o conhecimento técnico em experiências humanas e impactantes, capazes de inspirar mudança e promover equilíbrio. Ajuda-nos ainda a comunicar com empatia e desenvolver serviços inovadores, adaptados aos desafios dos diferentes públicos.
NO SEU PERCURSO ENQUANTO EMPREENDEDORA, HOUVE ALGUM MOMENTO DECISIVO OU UM OBSTÁCULO PARTICULARMENTE DESAFIADOR QUE TENHA SIDO MARCANTE?
Sim, o momento decisivo foi a criação da JRIH, em paralelo com as minhas funções como Gestora de Saúde e Bem-Estar no setor corporativo ibérico. Foi um passo desafiante, num contexto onde a abordagem integrativa ainda está a conquistar o seu espaço em Portugal. Enfrentei resistências dentro do próprio setor, onde existe ceticismo em relação a práticas complementares como o coaching de saúde — muito por conta de um mercado saturado de profissionais que se intitulam “coaches” sem formação credível, gerando desconfiança e ruído. Ainda assim, escolhi arriscar, movida pela paixão que tenho por esta área, profundamente alinhada com o meu propósito. Fundar a JRIH foi uma decisão ousada, mas absolutamente transformadora.
QUE IMPACTO ACREDITA QUE O EMPREENDEDORISMO FEMININO TEM NA ECONOMIA E NO SETOR DA SAÚDE? O QUE PODERIA SER FEITO PARA INCENTIVAR MAIS MULHERES A SEGUIREM ESTE CAMINHO?
O empreendedorismo feminino traz uma abordagem única, marcada por sensibilidade, empatia e uma visão holística — essenciais na área da saúde. As mulheres têm uma grande capacidade de integrar diferentes perspetivas e necessidades, gerando soluções mais humanas e com impacto social. Para incentivar mais mulheres, é essencial dar visibilidade aos seus projetos, criar redes de colaboração e mentoria, e facilitar o acesso à formação e financiamento. Também é importante promover um ambiente que valorize a diversidade e a confiança nas capacidades femininas.
QUAIS SÃO OS PRÓXIMOS OBJETIVOS E PROJETOS DA JÚLIA ROCHA INTEGRATIVE HEALTH?
Queremos ampliar a nossa presença no setor corporativo, levando programas de saúde integrativa para as empresas, com foco na prevenção e na criação de culturas organizacionais mais saudáveis e conscientes. Paralelamente, estamos a expandir projetos comunitários em áreas como saúde da mulher, envelhecimento ativo e saúde emocional — temas com crescente procura e real necessidade de apoio especializado e humanizado. Mais do que crescer em escala, queremos crescer em profundidade, criando impacto duradouro na vida das pessoas, com ferramentas que promovam equilíbrio, autonomia e sentido. Em tudo o que fazemos, o propósito mantém-se: ajudar cada pessoa a regressar a si mesma, com mais consciência, saúde e autenticidade.