Em 40 anos de existência, a Lactimonte foi aprimorando a produção de queijo de cabra e de vaca, à medida que o consumo se foi alterando. Atualmente, produz 20 milhões de queijos por ano, de forma artesanal, no seio de uma empresa familiar.
A Lactimonte foi criada em 1980 em Montemuro, Mafra. O que é que mudou no mercado de produção e consumo de queijo nestes 40 anos?
Na produção, o que mudou essencialmente foi a introdução de novas medidas de segurança e higiene alimentar que, apesar de a nossa produção ser feita manualmente, cumprimos e seguimos todas as normas e leis. Além disso, investimos no método de conservação do queijo fresco, em frio, visto que não utilizamos conservantes.
Já o consumo de queijo tem-se alterado, essencialmente, no tipo de leite usado. Embora o nosso grande negócio tenha sido sempre o queijo fresco e curado de vaca, temo-nos adaptado às exigências do consumidor e, há cerca de quatro anos, começámos a trabalhar o leite de cabra. Além do queijo fresco de cabra, temos também o requeijão de cabra.
Dizem ser “uma das mais importantes empresas” a operar neste mercado. Qual é o segredo para se chegar até aqui?
Não há segredo. Há muito trabalho, perseverança, espírito de equipa, adaptação ao mercado e aposta em novos produtos, como o requeijão com doce, que lançámos há cinco anos. Além disso, temos pactuado pela modernização da empresa a todos os níveis: económico, humano e ambiental.
O facto de ser uma empresa familiar é um entrave para uma produção mais moderna?
Não. Porque temos um departamento de qualidade e inovação que está sempre a estudar novos produtos e a fazer experimentações.
Quantas fábricas têm atualmente? E trabalhadores? Pretendem aumentar estes números?
Temos uma única fábrica, mas com capacidade para aumentar a sua produção em 50%. E temos cerca de 30 trabalhadores, dos quais uma grande parte trabalha connosco há mais de 20 anos. Sempre que existe aumento de produção, aumentamos a equipa.
Produzem quantos queijos por ano?
Produzimos cerca de 20 milhões de queijos por ano, a maioria de vaca, dado que, tanto o queijo fresco de vaca como o curado de vaca, têm grande expressão na nossa produção. Apesar de ter sido pela produção de queijo fresco de vaca que começámos, a nossa evolução e adaptação ao mercado tem originado um sucesso em todos os tipos de queijo e requeijão que fabricamos.
Que regiões do país consomem mais os vossos produtos? Já os exportam?
Os nossos produtos são comercializados a nível nacional, mas consumidos maioritariamente de Coimbra a sul, principalmente o queijo fresco, visto que faz parte dos hábitos de consumo desta zona desde sempre. Exportamos para a Europa, mas estamos sempre disponíveis para apostar noutros mercados.
Foram uma das empresas premiadas com o Prémio Cinco Estrelas, destacando-se na categoria de queijos. Qual a importância de um prémio destes?
Este prémio é muito importante uma vez que a escolha é feita por consumidores de queijo, numa prova cega com outras marcas existentes no mercado.
Como é que se alcança uma distinção destas?
Com muito trabalho, não deixando de produzir artesanalmente, evoluindo tecnologicamente em áreas de qualidade e escolhendo os melhores produtores.
O que muda de agora em diante?
Vamos manter os nossos objectivos de sempre: tradição, qualidade e satisfação. E aumentar a nossa responsabilidade de continuar a produzir bem e melhor, com inovação e sustentabilidade.
